Investigado por envolvimento sexual com adolescente, Professor Alcides atraiu garoto prometendo que ele entraria num time de futebol, diz mãe
18/12/2024
Deputado já foi dirigente e patrocinador de clube goiano. Seguranças do parlamentar roubaram e ameaçaram garoto, de acordo com a mãe dele. Deputado federal Professor Alcides responde a denúncia de envolvimento sexual com adolescente, em Goiás
Divulgação/Professor Alcides
Investigado por envolvimento sexual com um adolescente, o deputado federal Professor Alcides (PL) atraiu o garoto prometendo que ele entraria num time de futebol, disse a mãe do menino à polícia. O adolescente teria ido até a casa do parlamentar para participar de uma “peneira”, como são chamadas as seletivas que os times fazem para descobrir novos atletas.
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O suposto envolvimento aconteceu em outubro de 2021, quando o garoto tinha 13 anos. O caso veio à tona no dia 12 de dezembro de 2024, depois que a mãe do adolescente foi à polícia denunciar que o filho tinha sido ameaçado com arma de fogo por seguranças de Professor Alcides. Eles também roubaram o celular do garoto para, supostamente, apagar arquivos que comprovavam a relação do adolescente com o parlamentar, denunciou a mãe.
Em carta aberta (leia ao fim da matéria), Alcides disse que as denúncias não são verdadeiras e que sua orientação sexual está sendo usada para atingi-lo politicamente.
De acordo com a mulher, o filho e outros jovens foram até à casa do deputado para participar de uma seleção para um clube de futebol goiano sub-16. Ela relatou que, conforme contou o adolescente, Alcides pediu que o jovem ficasse na casa dele, enquanto os outros fossem para o campo de futebol, que fica dentro do condomínio.
A mãe disse que o deputado teria beijado e tocado o garoto por dentro da roupa, de acordo com o adolescente. Alcides teria ainda chamado o menor para um quarto, mas o garoto se negou a entrar e a fazer sexo com o parlamentar.
O adolescente contou para a mãe que, duas semanas depois, ele voltou até a casa de Alcides e "teve conjunção carnal” com o deputado.
A "peneira” teria sido realizada na casa do deputado federal porque ele já foi dirigente e patrocinador do clube em questão.
O g1 tentou contato com a Polícia Civil na tarde desta terça-feira (17) para saber sobre o andamento das investigações, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Boletim de ocorrência registrado por mãe que denuncia envolvimento sexual de Professor Alcides (PL) com o filho adolescente dela, em Aparecida de Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
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Entenda o caso
Mãe denuncia que suspeitos ligados ao deputado Professor Alcides roubaram celular do filho
No dia 12 de dezembro de 2024, a polícia cumpriu mandados contra um policial militar, um instrutor de tiros e um segurança particular suspeitos de roubar os celulares e ameaçar o adolescente. As prisões aconteceram em Aparecida de Goiânia.
Em nota enviada na terça-feira (17), a defesa do policial militar ressaltou que ele não cometeu nenhum crime e que não há provas que o incriminem. "As acusações direcionadas ao Professor Alcides são levianas e frutos de uma manobra política", disse ainda o advogado Clécio Teles dos Santos.
Cláudia Telles, que faz a defesa dos outros dois suspeitos, informou nesta terça-feira (17) que "até o momento, nenhuma novidade [sobre o caso]".
De acordo com a polícia, o roubo contra o adolescente aconteceu em novembro de 2024. Na ocasião, os três investigados foram de carro até a casa do garoto e, de dentro do veículo, teriam ameaçado e roubado o celular do adolescente.
A PC informou que os homens exigiram que o garoto informasse a senha da nuvem de armazenamento para que pudessem acessar o conteúdo dos aparelhos do adolescente.
As autoridades acreditam que eles queriam apagar arquivos que pudessem comprovar algum envolvimento de Professor Alcides com o adolescente.
Carta aberta - Professor Alcides
Tentam estabelecer uma narrativa desonesta, baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente meu nome.
Nada de verdadeiro! Nenhum fato concreto, uma repetição vergonhosa de mentiras e a utilização abjeta do aparato policial do Estado.
Há, sim, uma absurda utilização de acusações que não se sustentam, que não merecem credibilidade, que trazem a inequívoca marca da mentira mais deslavada.
Rechaço de forma veemente o envolvimento de meu nome num cipoal de inverdades, adrede concebidas pelos que, em momento político delicadíssimo no país, embalam o circo midiático montado pela espetaculosa “Operação Peneira”.
Sou empresário de sucesso, educador de muitas gerações de goianas e goianos, deputado federal eleito com grande votação pela generosidade do povo de Goiás.
Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política. Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim.
Processarei todos os que tentam enxovalhar meu nome limpo, minha trajetória de vida impecável, tentando manchar a correção pessoal, profissional e empresarial que a norteia.
Me reconheço como homossexual. Sofri por toda minha vida inúmeras formas de preconceito. A homofobia é um crime. A utilização do aparato policial para uma evidente operação midiática é crime. A tentativa de enxovalhamento da reputação de um homem honesto é crime.
Corruptos pegos nas teias de abusos, manipulações e diversos crimes e que se encontram às voltas com a justiça, de forma solerte utilizam minha opção sexual - à qual exijo respeito - para a montagem de um circo de horrores onde buscam salvar-se à custa do sacrifício de minha honra pessoal.
Minha honra pertence a mim, aos meus parentes, aos meus amigos, aos meus eleitores, aos meus alunos, não aos detratores contumazes da moral alheia.
Agradeço comovido as milhares de manifestações recebidas de todo o Estado de Goiás e de todo o Brasil. Não me calarei! Levarei às barras da justiça as ratazanas roedoras que tentam acabar com minha reputação.
Alcides Ribeiro Filho - Deputado Federal
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